Entre
os dias 25 e 28 de junho, a Universidade Federal do Pará (UFPA), em
parceria com a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e o
Instituto Cultura em Movimento (ICEM), participa do Projeto Cinema pela
Verdade, que exibe filmes sobre o período da Ditadura Militar no Brasil.
A UFPA será uma das 81 universidades brasileiras que promovem o evento
em 2012.
Na ocasião, serão exibidos os documentários Cidadão Boilsen (2009), Condor (2007) e Hércules 56 (2006), sempre no Auditório do
hall
da Reitoria, às 16h, com entrada franca. Logo após cada sessão,
professores, pesquisadores e comunidade em geral participarão de debates
sobre o tema.
Convidados – A jornalista Lorenna Montenegro (Diário
do Pará), o estudante Vitor Rodrigues e o professor de Direito da UFPA
Luiz Otávio Pereira estarão presentes para o bate-papo do primeiro dia.
Na opinião de Luiz Otávio, essa é uma grande oportunidade de revisitar a
memória recente do Brasil. “A verdade e a memória não podem ser
apagadas, sejam tristes ou felizes. Esse foi um momento histórico em
diferentes aspectos, e é válida a reflexão”, complementa.
O cineasta Marco Antonio Moreira, presidente da Associação de
Críticos de Cinema do Pará (ACCPA); Jaime Cuéllar, da Secretaria de
Estado de Educação (SEDUC), e a professora Edilza Fontes também estarão
entre os convidados do evento.
Extensão – A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) apoia o
Projeto Cinema pela Verdade. Para o pró-reitor de Extensão, professor
Fernando Arthur Neves, a iniciativa coletiva de debates sobre diversos
temas é ótima, mas ainda é necessária uma outra percepção. “Vários
institutos da UFPA têm grupos de estudo e discussão, porém isso não pode
ficar restrito. É necessária uma maior sinergia entre esses grupos e a
sociedade, para que a reflexão seja significativa, em um patamar mais
geral”.
1964-1985 – A Ditadura Militar no Brasil, ao longo
de seus 21 anos, trouxe mudanças de reflexão sobre a sociedade
brasileira. “O modelo de repressão armada já existia antes desse
período, mas se afirmou como ferramenta de controle do Estado durante
ele”, analisa o pró-reitor. “Hoje, ainda vemos muitas mortes no campo,
que são apenas outro meio de perpetuar essa repressão das classes mais
altas contra seus opositores”, diz o professor, citando este como um dos
resquícios mais importantes dos anos da ditadura.
Segundo a estudante de Cinema e uma das 27 mobilizadoras locais do
Cinema pela Verdade, Suanny Lopes, o cinema serve como mediador das
relações entre passado e presente. “É importante que haja essa discussão
e as pessoas conheçam e pensem sobre a ditadura e seus processos, para
que isso não volte a acontecer.”
Na opinião do pró-reitor, que viveu o período da ditadura na UFPA,
deve haver uma volta à memória, para mostrar aos mais jovens a
importância desse momento histórico. “Para mim, a ditadura significou
muito, mas, para as últimas gerações, não há quase relações com o
cotidiano. A visão sobre essa fase se assemelha a um filme, distante da
realidade dos brasileiros. O país precisa conhecer a sua história.”
Serviço:
Projeto Cinema pela Verdade
Data: 25, 26, 27 e 28 de junho de 2012
Local: Auditório do
hall da Reitoria (Campus Básico da UFPA, bairro Guamá)
Hora: 16h
Entrada franca. Será emitido certificado de participação.
Texto: Gustavo Ferreira – Assessoria de Comunicação da UFPA